Entre o século XVI
e fins do século XVIII, a Europa viveu o que os historiadores chamam de Antigo
Regime, sendo esta a época das monarquias absolutas e da sociedade
hierarquizada em ordens ou estados.
A ordem é definida
pelo nascimento ou pela função desempenhada pelo individuo. A cada ordem cabe
um estatuto jurídico, uma forma de se vestir e de tratamento.
A sociedade no
Antigo Regime divide-se em três ordens: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado (correspondente
ao povo). Esta estratificação social mantém vivos os privilégios provenientes
da Idade Media. Isto levou Pierre Goubert a definir o Antigo Regime como “o
regime da diversidade jurídica e administrativa, da complicação e do privilégio”.
Primeiro Estado - Clero |
O Primeiro
Estado, formado pelo clero, mantem-se como o estado mais digno, porque mais próximo
de Deus. Usufrui de diversos privilégios além de ter muitas posses e ser muito
rica.
Por ser a única ordem
a qual não se chega pelo nascimento, o Primeiro Estado aglutina pessoas de
todos os grupos sociais, mas por ter uma rígida hierarquia, cada um ocupa o
lugar de acordo com suas origens sociais.
O Segundo Estado,
composto pelos membros da nobreza, é a ordem de maior prestigio. Sede membros
ao alto clero e ocupa lugares de maior poder na administração e no exército.
Os nobres também
usufruem de variados privilégios, estando isentos do pagamento de contribuições
ao rei, exceto em caso de guerra.
Segundo Estado - Nobreza |
O Terceiro
Estado, o povo, é a ordem mais heterogenia, composta desde a alta burguesia até
os miseráveis que mendigam nas ruas.
Os burgueses –
homens de letras e mercadores – constituem a elite do Terceiro Estado. A baixo destes estão aqueles que realizam o
trabalho braçal e, por ultimo, os mendigos, vagabundos e indigentes, os membros
mais desprezíveis da sociedade de ordens. A grande maioria, cerca de 80% da população,
eram camponeses.
A ordem mais baixa da sociedade não usufrui de
privilégios medievais, praticamente todos os elementos do povo pagam impostos.
Cada ordem
social era visivelmente diferenciada, dispondo de tratamentos apropriados de
acordo com a posição que ocupa. Tendo, suas insígnias e seus distintivos. Também
na justiça os tratamentos eram distintos. Clérigos e nobres não pagavam seus
crimes com penas vis, mas sim com pesadas multas ou exílios.
Apesar de toda
essa rígida estrutura a mobilidade social era possível, o que acaba por gerar
uma ascensão do Terceiro Estado e a decadência dos privilégios de nascimento.
Através do
dinheiro a burguesia encontrou caminho até o topo, com dedicação aos cargos do
Estado e por meio do casamento alcançou a ascensão social e venceu os
preconceitos.